sexta-feira, setembro 05, 2008

Só a existência de uma divindade onipotente, onisciente e onipresente já acaba com o conceito de livre-arbítrio teísta. Para a explicação do fato serão usados dois conceitos: criação e geração. Que aqui serão tratados como distintos.
Gerar fazem os pais ao filho, pois no ato usa-se de um organismo ou complexo de organismos, próprio, porém inconsciente em relação a todas as etapas do processo, com resultado no surgimento de um novo ser munidos de um misto de capacidades dos pais ou do gerador. Pelo desconhecimento do processo e a alta taxa de aleatoriedade dentro do processo é improvável a uma razão infinitesimal que os pais tenham pleno conhecimento das características relevantes a vida do ser gerado, logo resta aos pais, se focarmos na espécie humana, apenas guiar a sua prole baseada em suas próprias experiências ou em crenças em geral. Porém a criação é obra imaginada , projetada, estruturada e construída, pois o ato de criar trata-se de um processo completamente consciente onde é conhecida cada parte da obra, seja sua idéia original, seus materiais, suas respostas em certos ambientes, assim a criação não é cabida a um pai, mas a um engenheiro talvez.

O engenheiro projeta sua criação desde a idéia inicial, pensa na função da obra, pensa que tipo de materiais seriam melhores para esta função, pensa que tipo de estruturas se aplicariam a tal função, faz cálculos, revisa e dá início a obra. O engenheiro também prevê em que ambiente estará a obra e calcula as respostas da obra àquele ambiente. Assim o engenheiro pode fazer projeções do futuro de sua obra dentro daquele determinado ambiente. Como homem e de conhecimento incompleto resta a figura do engenheiro as probabilidades e os erros, porém ao se tratar de Jeová ou qualquer outra divindade criadora onipotente, onisciente e onipresente não há possibilidade de erro, talvez nem capacidade, todo o conhecimento de reação de sua obra dentro do ambiente criado pela divindade supra-citada é possuída por esta.

Não resta a obra uma escolha que já não tenha sido devidamente prevista pelo grã-engenheiro, pois este não só criou a obra, mas criou também a estrutura de interação com a obra: o ambiente. Conhecida a estrutura de inserção de dados: ambiente e a lógica da obra, no caso do ser humano, o cérebro. Não há abertura ao livre-arbítrio, pois a obra não coube a escolha, coube sim a capacidade de reação ao devido ambiente selecionado e criado aos mínimos detalhes pela divindade, reação esta já determinada anteriormente.

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